Entender a institucionalização (transformação em instituições) de demandas e recursos de atuação dos movimentos sociais no Estado é operação analítica nada trivial. Argumenta-se que as principais literaturas orientadas, em princípio, a iluminar tal institucionalização ― pluralismo, neocorporativismo e teorias dos movimentos sociais ― descansam em pressupostos conceituais que ora eclipsam os processos de institucionalização, ora reduzem sua diversidade e induzem leituras peculiarmente restritivas dos mesmos. Contudo, a institucionalização das agendas de reivindicações dos movimentos sociais é fenômeno dos mais notáveis do Brasil Pós-transição e demanda arcabouços analíticos propícios para orientar sua compreensão cabal. Em diálogo crítico com a tradição do neo-institucionalismo, desenvolvemos e mostramos os ganhos cognitivos de uma proposta de abordagem ― a do domínio de agência ― orientada pelo pressuposto da mútua constituição entre Estado e sociedade civil, radicalmente relacional e centrada em processos de institucionalização de alcance médio, característicos da história recente do pais.
Movimentos sociais, institucionalização e domínios de agência
Categoría: Advocacy
Etiquetas: Direitos Humanos, Incidência Política, Movimentos Sociais