O artigo aborda a história da indústria de tabaco no Brasil e da formação de sua rede estratégica, bem
como da rede dos atores sociais que a contrapõem. Na primeira parte, apresenta-se uma correlação entre
a história da produção industrial, do consumo de tabaco e do antitabagismo. Na segunda parte são
apresentados os conceitos de rede estratégica e de rede multifragmentária (antifumo), propostos para
facilitar a compreensão de alguns dos múltiplos aspectos conflitivos entre as duas redes. A pesquisa de
campo envolveu entrevistas com empresários, fumicultores, sindicalistas, técnicos de empresas fumageiras,
técnicos do setor saúde, líderes de ONGs e outros atores sociais. Os resultados sugerem que há um
crescimento simultâneo e contraditório das redes, com larga vantagem para a rede estratégica das empresas
de tabaco, e um conjunto de dilemas no interior da rede multifragmentária.